A entrevista com os pais representam um lugar crucial para a análise com crianças, pois o que está em jogo é o bom andamento do caso e, para tanto, a transferência dos pais, tanto quanto da criança, é de fundamental importância. É imprescindível escutar os pais na medida em que eles estão implicados nos sintomas do filho, o que não significa fazer o tratamento psicanalítico deles, mas ajudá-los a se situarem em relação à sua própria história.
Se nos orientarmos pelos pensamentos de Anna Freud, que enfatiza a situação externa e a realidade precisamos ter entrevistas com os pais para colher informações e, se necessário, orientá-los na educação do filho, ou seja, interferindo na realidade da vida em comum. Se nos basearmos pelos pressupostos de Melanie Klein, que confere uma importância quase que exclusiva aos processos internos, ao tratarmos a criança pela Psicanálise devemos se necessário, encaminhar os pais a outro analista para entrevistas de orientação (PRISZKULNIK, 1995).
As entrevistas de orientação de pais colocam o analista também como educador e é impossível analisar e educar ao mesmo tempo; neste sentido, Melanie Klein tem razão em não receber os pais e encaminhá-los a outro analista Mas as entrevistas não precisam ser de orientação, podem ter o objetivo de ajudar os pais a se re-situarem diante das dificuldades do filho e da própria vida (PRISZKULNIK, 1995).
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